OS TRÊS ESTÁGIOS DA SABEDORIA





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A IGREJA DE JESUS CRISTO E DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS


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Esta página do blogue tem o objetivo de explanar a definição de sabedoria, dom primeiro sobre a virtude, e que nos é determinante para o alcance da verdade; princípio de vida, princípio da filosofia.

Poderíamos classificar um vasto universo de estágios da sabedoria humana, única sabedoria possível, mas todos estes estágios são reduzidos aos seus três estágios de base aqui inscritos. Podemos reduzir toda a sabedoria a três únicos estágios de base de onde, à posteriori, podem emergir todos os restantes estágios de sabedoria. Inúmeros graus subjacentes da sabedoria humana que reduzidos à sua máxima simplicidade não se podem dividir mais do que em três fracções, três estágios de sabedoria distintos, pois apresentam entre si dogmas essenciais que os distinguem brutalmente uns dos outros. Eles não são só distintos. Eles são totalmente antagónicos. A saber, os três estágios da sabedoria humana mais elementares e de onde emerge todo um universo de sabedoria são os seguintes: o Estágio da Fé e da Crença; o Estágio dos Factos e da Razão; o Estágio da Loucura e da Desordem.





O Estágio da Fé e da Crença


A é uma virtude. A crença é uma virtude. Mas qual a diferença de virtude entre e crença? Possui a algo de mais sobrelevado que uma crença? Poderá a possuir o portento de mover montanhas e uma simples crença não possuir essa mesma força? Será a um estágio superior de sabedoria ao estágio duma simples crença? Apesar de haver o conceito generalizado que a fé é um instrumento virtuosíssimo e acima de qualquer crença banal, a verdade é que linguisticamente não existem distinções entre os dois significados. Podemos, eventualmente, aferir que a é o pico duma crença, mas ainda assim ela será em si mesma uma crença, ou seja, apesar de linguisticamente não existirem diferenças vocabulares entre e crença, ainda poderíamos determinar que a é um estágio maior que a simples crença, mas daqui iriamos emergir para uma multiplicidade de estágios e retirar-nos dos estágios base onde pretendemos explanar. Poderíamos, portanto, aferir que a crença no seu significado isolado é o primeiro estágio de sabedoria, mas o que podemos extrair do significado de é que ela pode ser também portadora da mesma força que uma simples crença. Aquele que tem uma arrebatadora, por exemplo, que no próximo ano vai chover em demasia,  objetivamente não tem nada de mais sábio, nada de mais evoluído, que aquele outro que afirma possuir uma simples crença que no próximo ano vai chover em demasia. A diferença entre ambos pode até estar no estado mítico em que se encontram, na força mental com que afirmam os seus pressupostos, mas tal distinção não será certamente essencial na resolução do facto de que no próximo ano vai chover em demasia. Todavia, podemos ainda questionar-nos: Pode a força da mente interferir na natureza e contribuir com que no próximo ano chova em demasia? A resposta a esta questão é o objetivo deste capítulo, mas para já interessa definir que aquele que tem uma tem tanto de sabedoria como aquele outro que possui uma crença sobre esse mesmo objeto de crença e objecto de . Daqui vemos ocularmente que, tendo em conto o significado dos vocábulos “fé” e “crença”, não podemos determinar nenhum elemento que os difira, não podemos separá-los em estágios de sabedoria distintos, por isso elas são aqui remetidas para um mesmo estágio de sabedoria, e, como veremos, uma ou uma crença, são exatamente isso que os seus significados determinam em nome da ordem, que são apenas uma crença, um acreditar, uma determinação da mente, um estágio menor de sabedoria à procura de alcançar algo, de alcançar um estágio mais elevado de sabedoria, pois elas, a e a crença, nunca são um dado concreto sobre o objeto de crença, nunca um dado adquirido sobre o objeto de crença, não-objetivo, não-palpável, não possível de testemunhar com todos os sentidos que dispomos no nosso corpo humano, e por isso elas não são inequívocas sobre o objecto da sua crença.  

Muitas entidades religiosas colocam a num patamar tão elevado de sabedoria que a transformam numa virtude ainda mais potente que o testemunho ocular e o testemunho táctil. Crê-se que se movem montanhas com a força da de forma ainda mais maravilhosa que com a força do músculo ou dos instrumentos que nos estão disponíveis. Mas esta que move montanhas apenas com a força da crença, apenas com a força isolada da mente, ela será mesmo real? Ela será mesmo verídica? Será possível movermos uma montanha daqui para acolá só com a força isolada da nossa mente? Que testemunhos oculares e tácteis existem sobre estes dados? Ou mais profundamente: O que é a verdade?

Mesmo não havendo nenhuma linha divisória de definição entre e crença, nem é objetivo deste livro definir tal preceito, partimos todavia do principio sábio que nenhuma palavra pode carregar em si um significado que a sua designação corrente não nos confere. A comunicação é evidentemente útil nas sociedades religiosas e não-religiosas, mas toda a comunicação deve ser feita em espírito de ordem e não em espírito de desordem, como quando, hipoteticamente, caímos no erro de atribuir um significado a uma palavra que a própria não suporta ou que a sociedade mundial não lhe atribui. Aquele que possui uma não pode criar o seu próprio mundo isolado ou a sua sociedade isolada, da mesma forma que não vive isolado da mesma sociedade mundial. Para que prevaleça a ordem, a sociedade mundial deve ser una na sua informação-compreensiva, na comunicação entre os seus congéneres, para que assim prevaleça a ordem, a paz, e o esguio de conflitos. A perfeição alcançasse na ordem e não na desordem. Por isso não podemos em bom senso, ou, se quisermos, em boa-fé, atribuir o significado de água à palavra “pedra”, ou o significado de branco à palavra “preto”, ou, por conseguinte, o significado de facto à palavra “fé”. A em si mesma até pode originar à realização dum facto, ela até pode anunciar um facto já existente e verídico, mas ela própria em si mesma não é um facto, o seu significado mundial não é o de facto, como muito vulgarmente vemos disseminado entre sociedades principalmente religiosas.
Como já vimos, linguisticamente a é uma crença. É assim que o seu significado universal está definido. Se existe um grupo social suficientemente numeroso para atribuir o significado de a um patamar tão elevado de crença, em que a mesma passe do seu estágio invisível e mental para o seu estágio ocular e palpável dos factos, pois que se defina tal vocábulo de forma esclarecedora e universal. Mas mesmo não estando determinado em lado algum o significado efectivo de em que a distinga de crença, ainda lhe podemos reconhecer um hipotético patamar de sabedoria superior a uma simples crença, mas nunca incorrer na imperfeição intelectual, de espírito, de mesclar o seu significado universal com outras designações. A bem da ordem e da aproximação a uma sempre virtual omnisciência, não podemos testemunhar em verdade o que é do que não é, nem testemunhar em verdade o que não é com o que é.

Existem fraudulências em torno da linguística. A forma hábil como se trabalha o significado das palavras visam inequivocamente ao engano. A não clareza dos significados das palavras ou de conceitos genéricos, associados a fragilidades na instrução académica, conduz ao vício, à fraudulência, à adulteração da comunicação, levando falaciosos a atingirem as suas vitimas usando uma palavra ou uma frase que supostamente possa ser enquadrada em dois significados distintos, duas interpretações, assim ludibriando a consciência e compreensão do observador analítico; a vítima. Principalmente nos seios religiosos a palavra tem sido subtilmente usada para lograr os que têm fragilidades académicas e que se obscurecem com o significado das palavras. Uma ínfima distração pode até armadilhar a consciência dos mais bem instruídos, mas normalmente os mais visados são os mais idosos ou os demasiado jovens. Mentes indefesas. É, todavia, facto lúcido e irrepreensível, sem oposição válida, pelo menos no teor da comunicação simples necessária e não-filosófica que agora pretendemos, que quem tem uma tem uma crença. E quem tem uma crença, não tem nada de real a não ser o abstraccionismo que o significado objetivo de crença.

Quem tem uma crença não tem nada de real a não ser o objeto “crença”. Apenas possui uma decisão isolada do seu intelecto forçado pelo seu impulso emotivo, sem factos que sustentem o objeto da sua crença com a exigente prudência. Objetivamente o único facto que sustenta a existência duma ou duma crença, é precisamente a existência objetiva dessa mesma e dessa mesma crença, que, enraizada na mente dos seus adeptos, leva a que estes saibam por si mesmos que possuem algo dentro de si. E realmente possuem. Realmente eles possuem dentro de si uma ou uma crença. Há até quem lhe apelide de forma burlesca, como veremos neste ensaio, de “testemunho da verdade”. Mas o que os adeptos da e da crença não conseguem discernir, por não serem suficientemente instruídos nesta matéria que efetivamente carece de estudo, é que o que possuem dentro de si não é o objeto da sua ou da sua crença, não é o “Deus” que possuem dentro de si, mas sim a própria e própria crença. Não é o objeto que interessa que possuem dentro de si, e que está sob análise e investigação, mas o colateral! Ou seja: o que não interessa. A esposa que acredita ser vitima duma traição conjugal, afirma ter algo dentro de si, e de facto assim é. Ela é verdadeira quando afirma ter algo dentro de si. Mas o que ela sabiamente possui dentro de si, é a sua crença de que é vitima duma traição conjugal, não o facto adquirido, e provavelmente está sustentada em evidências, mas sabiamente só o elevado da prova ocular e racional lhe podem conferir, testemunhar estrondosamente, que a sua ou a sua crença era verdadeira ou falsa.

Existem, portanto, factos que a e a crença detêm que são estes os factos colaterais. Factos não-intrínsecos com o objeto de e crença, mas extrínsecos a ela. Colaterais. Factos que levam o crente a adquirir força na sua crença, como por exemplo o facto de o sol nos surgir diariamente no horizonte assim permitindo a vida existêncial, é um facto que leva o crente a afirmar que existe uma Inteligência maior (Deus) que governa a vida na Terra. Mas este é apenas um facto colateral ao objeto que nos interessa (a existência de um Deus). Um facto em si mesmo verdadeiro, mas que é colateral com o objeto da existência de um Deus tal e qual como o crente o desenha na sua mente e na sua crença. A única prova que o referido facto nos confere, é que existe Inteligência que governa a vida na Terra. Podemos até declarar sob os nossos próprios critérios que esta Inteligência, que este facto, é a totalidade de um Deus, mas o que não podemos ao abrigo da boa sabedoria, é declarar que este facto nos prova que existe um Deus, por exemplo, com corpo semelhante ao do Homem. O que leva a esse pressuposto são os outros factos colaterais, que podem ou não provar o objeto final que nos interessa. Assim como o facto de o sol nos surgir diariamente no horizonte provar a existência de Inteligência sobre a vida existêncial na Terra, por mais diminuta que a consideremos, ela prova sem dúvida, e portanto ocularmente, tactilmente, e com todos os restantes sentidos humanos que possuímos, que existe inteligência na manutenção da vida na Terra. Mas ele por si mesmo não prova outras características que o crente vislumbra na Inteligência maior que venera e a que pode apelidar de “Deus”. Sabiamente concluímos que os factos colaterais albergam sempre, nem que em última instância, uma percentagem por mais ínfima que seja de dúvida. Esta percentagem de dúvida carece portanto de ser aniquilada a bem da verdade absoluta que a sabedoria anseia. Podemos, assim, e com sabedoria, exercer a nossa fé na existência de um Deus porque nenhuma refutação sustentada cientificamente, de forma experimentada e reconhecida, existe ainda contra essa mesma fé. Mas pela mesma sabedoria também não podemos muito desenhar a configuração deste Deus, isto se bem temos entendido o que é a sabedoria final. Mas podemos exercer a nossa fé em qualquer configuração deste Deus, uma vez não existirem provas que nos contradigam. Por isso tal argumento só pode ser uma . Uma crença. Não tem bases científicas, verdadeiras, de facto, para poder evoluir para um estágio de sabedoria superior que nos confira a existência de facto e o alcance da sabedoria final.

Para que a palavra crença ficasse mais obscurecida do seu real conceito, o seio religioso passou a utilizar a obscura palavra que significa exatamente o mesmo que a palavra crença, mas que tem servido de há anos para cá, e de que maneira, para cegar ainda mais a frágil sabedoria dos incautos. Se algum entre nós considera, segundo a sua instrução académica, que a palavra tem algo de distinto com a palavra crença, que comece a efetivar os seus estudos linguísticos a fim de saber a origem de ambas as palavras e o uso atual de ambas, sendo certo que após o seu estudo, se encontrar algum elemento que distinga o significado duma palavra da outra, deverá recorrer aos locais indicados para adicionar o novo significado de uma das palavras que a distinga da outra. Todavia, segundo o acordo ortográfico universal, sabemos que o significado de é absolutamente igual ao significado de crença. Nada mais. Nada mais a acrescentar. Aquele que declara ter uma , imediatamente declara que possuir uma crença. Sem qualquer tipo de diferenciação, tanto de estágio de sabedoria como de designação. E aquele que possui uma crença, declara, de forma assertiva, que não possui o seu oposto. Ou seja: o conhecimento. Conhecimento este cujo significado universal é o oposto de crença; também o oposto de . Quem tem uma declara, assertivamente, que não possui o conhecimento. Quem tem uma crença declara, assertivamente, que não possui o conhecimento. A é branca quando o conhecimento é preto. A é preta quando o conhecimento é branco. A crença é branca quando o conhecimento é preto. A crença é preta quando o conhecimento é branco.

Portanto, inquirimo-nos: Qual é o oposto de conhecimento? Resposta: o não-conhecimento. E quais dois significados possíveis para não-conhecimento? Resposta: e crença. Inquirimo-nos: Qual é o oposto de sabedoria? Resposta: ignorância. E quais dois significados possíveis para ignorância? Resposta: e crença. Assim, por conseguinte, aquele que afirma, por exemplo “eu tenho fé em Deus”, é o mesmo que afirma “eu tenho ignorância efetiva acerca da existência de Deus”. Aquele que alcançou o saber, a sabedoria, sinónimo real de conhecimento (sabedoria é conhecimento, conhecimento é sabedoria, experiência), imediatamente largou o não-saber. Aquele que alcançou o saber sobre determinado assunto, imediatamente largou a ignorância sobre esse mesmo assunto. Aquele que alcançou o saber sobre determinado assunto, imediatamente largou a e a crença sobre esse mesmo assunto.

Os adeptos da têm trilhado os seus caminhos mentais convictos que ao possuírem uma possuem uma sabedoria. Mas tal suposição é meramente abstracta, infidedigna, desalineada com a linguística de acordo ortográfico universal. Filosofia à parte, nenhum preto é branco; e nenhum branco é preto. Tal suposição do significado de ou crença desencadeia a desordem. Gera conflitos inconscientes que depois emergem para conflitos mais conscientes, até que finalmente rebentem nas guerras violentas do sangue e do óbito. Quando um burlão usa estratégias de palavras para ludibriar a sua vítima, desencadeia a desordem e a violência na sociedade. Pratica a injustiça. E a paz e a justiça devem punir tal homem e tal comportamento. O mesmo se sucede com todo aquele que profere ter ao mesmo tempo e conhecimento, e sabedoria, porque aquele que tem instrução académica para conhecer os significados de ambas as palavras, sabe que aquele que possui uma ou uma crença, não possui um conhecimento, não possui uma sabedoria. Eu próprio, autor deste esboço literário, tenho em Deus, mas no âmbito prudente da sabedoria, a verdade é que nada sei sobre Deus. Sou, portanto, ignorante no que respeita ao conhecimento de Deus. Não sou sábio quanto à configuração de Deus. E toda a sabedoria que eu considerar possuir sobre esta minha , é apenas uma sabedoria colateral, baseado no que me rodeia para exercer esta minha na existência de Deus, e não no real conhecimento da configuração de Deus. Se eu perguntar ao adepto da , que crê em Deus, de que cor são os olhos de Deus, nenhum adepto da fé me saberá responder, porque a sua suposta sabedoria é não-sabedoria, o seu suposto conhecimento é não-conhecimento. A sua fé sobre a cor dos olhos de Deus é apenas ignorância, assim como toda a sua sabedoria e conhecimento sobre a existência de Deus, uma vez que nunca ninguém alcançou tal sabedoria. Toda a sabedoria que contradiz o seu significado real ortográfico, como por exemplo afirmar que possuir uma é possuir um conhecimento, deixa de ser sabedoria, e passa a significar exatamente o seu oposto. Ou seja: ignorância.

Os mestres religiosos têm procurado a toda a força reivindicar que quem tem uma tem uma verdade. Mas esta verdade não é uma verdade científica. É portanto uma não-verdade. Não é uma verdade da verdade, uma vez que a ciência humana é o posto mais próximo da verdade. E a ciência final, a omnisciência, a própria verdade. Nada está mais próximo da verdade que a ciência humana. Mas a verdade aos olhos humanos é também um processo evolutivo sem fim, cuja ou crença são apenas o seu estágio inicial. Mas mestres falaciosos têm procurado a toda a força reivindicar que quem tem uma ou uma crença tem uma verdade. Mas uma verdade com objetivos não-exatos, não-científicos, não-verdadeiros, e portanto com princípios de obscuridade, pois considerar a uma sabedoria, é ludibriar o observador analítico, a ovelha mansa que só escuta a vara do seu mestre. A verdade quando é luminosa, absoluta, e realmente verdadeira, ela tem que ser exata, científica, provada, e depois então receber o título que merece, em vez de a titularem antes do seu mérito. Fossem os mestres falaciosos, principalmente religiosos, mais benignos e íntegros com a verdade absoluta, mais verdadeiros, portanto, menos burlões merceeiros de palavras, e em vez de afirmarem que todos devemos exercer a nossa nos seus princípios, acrescentariam a essa mesma afirmação que essa ou crença encontra-se abaixo dum estágio de sabedoria superior. Que ela não é, portanto, o absoluto do conhecimento.

Como já vimos quem tem uma tem muito mais uma ignorância que uma sabedoria. E deve admiti-lo. Da mesma forma que eu me admito ser ignorante que nenhuma sabedoria alcancei na questão da configuração de Deus onde deposito toda a minha . Toda a minha crença. Que nenhum orgulho nos cegue a sabedoria, principalmente se somos soldados do bem e adeptos da humildade. Estude-se o real significado das palavras e tirem-se todas as dúvidas, porque do estudo vem a luz, da pesquisa vem a sabedoria e o conhecimento; dotes superiores, mais evoluídos que a e a crença. Permanecer com a instrução que aquele que possui uma possui uma sabedoria, é o mesmo que dizer que aquele que é branco também é preto no mesmíssimo ponto de circunstância.  Deduzimos, portanto, que a e a crença, são um estado de espírito, um estado de sabedoria, pelo menos neutro: Nem sábio, nem com provas válidas que as contradigam. Mas em abono de demonstrarmos uma consciência sábia, admitamos que a nossa ou crença é uma ignorância à espera de alcançar sabedoria. Mas por outro lado se estas, a e a crença, vão finalmente alcançar ou não alcançar o seu estatuto de sabedoria final, teremos que aguardar ao longo do tempo para ver, aguardar na esperança, como é paradigma e obrigação de toda a fé e de toda a crença, sendo certo que enquanto não alcançarmos esse mesmo estatuto de sabedoria final, elas próprias não são a sabedoria, e mantêm-se, claro está, no seu estatuto de ignorância. Ou pelo menos mais próximo desta do que daquela. Sejamos sábios e humildes, o Homem-excelente!, para aceitar tal argumento provado, e não dupliquemos a nossa ignorância amarrados aos grilhões que normalmente uma ou uma crença vitimiza. A verdade é o que é. Não o que nós queremos que ela seja.

Breve resumo: Assim como o branco é exatamente oposto do preto, e vice-versa, a e a crença são os extremos opostos da sabedoria e do conhecimento. Elas são a ignorância estática. E por mais movimento que efetuem à procura da sabedoria, elas permanecerão sempre no seu estágio efetivo: o da ignorância.

Religiosamente instrói-se que a fé pode ser de tal forma forte, capaz até de mover montanhas. Mas tal preceito é falacioso, um falso argumento de objectivos não científicos. Devia-se até punir o homem que instrói que a fé move montanhas sem que primeiro surja o primeiro homem a mover a primeira montanha. Nenhuma lição se deve ensinar sem a força do seu exemplo. Ensina mais aquele que faz do que aquele que diz. Instroem mais os atos que as palavras. Absorvem mais os olhos que os ouvidos. Mas por outro lado, os factos, sinónimos de saber, de conhecimento, esses são um meio muito mais eficaz de movermos a nossa montanha. Chamem, pois bem, escavadoras e braços humanos e metam as mãos ao trabalho, e verão que a montanha mover-se-á. E depois de já termos a nossa montanha movida do seu lugar no prazo que lhe for necessário, chamem depois o homem da maior fé que já conheceste para realizar o mesmo feito só com a força da sua fé, só com a força da sua mente, e havereis de vê-lo a padecer sem conseguir mover uma única pedra da montanha só com o esforço da sua fé e da sua mente. Ora, a mente também tem a sua força, mas quando associada aos braços a sua força multiplica-se inúmeras vezes por si mesma. É assim apresentado neste esboço literário, a designação de . A designação de crença. A designação de religiosidades (que não tem haver só com religião, mas com um estado de espírito: o da religiosidade; o mesmo que da e da crença sobre qualquer assunto e não só relacionado com a divindade). Religiosidade que é um estágio de sabedoria inferior sob o estágio de sabedoria que lhe é superior.

Apresento-vos, pois bem, um princípio de como a sabedoria nos pode escapulir: Principio da deturpação do significado das palavras. Que, também, podemos designar por: Princípio da ignorância; relutância à investigação. Aquele que não investiga será vítima de logro. O que não estuda é efetivamente estúpido. O que não quer ouvir a voz que se lhe opõe, em estado hipotético de guerra é rei que morrerá, pois que não conhecerá a estratégia de seu inimigo. Não possuirá essa sabedoria. A , a crença, numa só palavra a religiosidade, são definidas cientificamente (e religiosamente também) como um exercício mental isolado. A é um exercício mental que não carece do uso doutras forças do corpo humano como por exemplo as mãos e os braços. Não carecem também duma boa dose de inteligência. A e a crença são determinismos que não carecem de um uso substancial da inteligência. Elas são apenas uma determinação do intelecto sem que o mesmo intelecto exerça o seu esforço. A e a crença são decisões impulsivas. Sustentadas nos afetos e nos impulsos do coração. Elas desviam o cálculo do raciocino para uma tomada de decisão muito mais sustentada nos impulsos do coração. Nos afetos. Não tanto no raciocino. Mas devemos saber que são as emoções compulsivas, provenientes do coração, do intuito, tal e qual a e a crença, a via condutória dos seres irracionais. Assim, pelo que foi provado até aqui, concluímos que a e a crença são a própria ausência da inteligência. Elas não necessitam ser calculadas. Elas não carecem de grande estudo, de grande investigação, de grande instrução académica. Elas não pensam a fundo, mas essencialmente decidem intuitivamente, elas são apenas uma opção espontânea, elas são o semelhante humano perfeito como operam os seres irracionais que também não carecem de grande dose de cálculo para efectivarem as suas decisões. O seu índice de cálculo é francamente pequeno. Tal e qual como a e a crença. Um individuo com deficiências patológicas mentais pode exercer uma ou uma crença, mas não pode calcular com elevada ou mesmo média inteligência. Um ser irracional pode ter uma ou uma crença, mas não pode calcular com elevada ou mesmo média inteligência. A e a crença são a ausência quase absoluta da inteligência. Luz maior sobre o Homem. Dom maior sobre a humanidade.

Os mestres falaciosos, muitas vezes religiosos, bem têm tentado e conseguido levar milhões ao engano fazendo-os crer que a são factos, e que os factos não são determinantes para a prova religiosa. Que são sim a prova para o quotidiano, mas não para a prova religiosa. Assim desviando a sabedoria dos seus ouvintes e gravemente adulterando os seus princípios de vida. Destorcendo o seu bom e original senso cognitivo. Transformando o cognitivo em emotivo. Afirmam estes lobos vorazes que os factos são testemunhos menos conclusivos que a própria e que a própria crença, quando, pelos princípios da mesma religiosidade, é a carne e o espírito que formam o completo. É a ideia e a forma que formam o completo. É a fé e a prova que formam o completo. É a carne e o espírito que geram a vida. Dizem. Não só o espírito. Mas também a carne. A e a crença provêm apenas do espírito que não vislumbra com os seus olhos carnais, mas os factos e a razão provêm tanto do espírito como da carne que testifica. O que vemos então na religiosidade que tanto apregoam teorias de e de crença? Resposta: Contradição. O homem da fé demoraria toda a vida para mover uma folha de papel só com a força da sua fé e da sua mente, só com a força da sua crença, mas o homem dos factos, estágio superior de sabedoria, executa a mesma tarefa em apenas um segundo. Um só segundo! Recorde absoluto em comparação com o primeiro. Uma espécie de ação de Deus, de luz, de potência divina, de potência humana, contra uma ação minúscula e inferiorizada, cheia de trevas, cheia de incapacidade geral a que chamamos de e de crença.

Interessa relevar para este capitulo que na procura da verdade, no exercício da sabedoria, é imprescindível o uso do raciocínio de cálculo que a fé renuncia. A extrema fé e crença renunciam grandes doses de raciocínio e cálculo, torna-o quase obsoleto, sustentando-se na força da sua mente que é uma fixação, uma força estagnada, proveniente mais do impulso do coração do que da investigação da mente. Mas a e a crença não são um estágio menor. Elas têm também a sua virtude. Elas são essenciais à vida. Essenciais no alcance da verdade, exercício para a sabedoria, determinantes até para o alcance destas, mas elas não são a própria verdade nem a própria sabedoria como tentam fazer crer os seus mestres. Elas são um estágio intermédio. Um estágio que pode subir mas que, como ainda veremos neste capitulo, um estágio que também pode descer para um estágio de depreciação intelectual. A e a crença são o estágio da alavanca que impulsiona para o estágio seguinte. Estágio Maior. Como já vimos no exemplo do Homem-excelente, o pensador que não começa por acreditar, por ter fé, nunca alcançará o seu destino. Nenhuma verdade se alcança sem a ou a crença. Sem estas, a investigação ficará estática no seu início. Imóvel. Mas interessa o homem da e da crença saber que o seu estágio de sabedoria é o estágio do não-pensador. O estágio da não-inteligência. Mas sim o estágio da motivação. Do motor. Do impulsionador. O que tem uma ou uma crença rescinde do pensamento complexo. Rescinde quase em absoluto do próprio pensamento. Ele apenas determina. É a sua ou a sua crença que já tudo determinaram acerca do seu objeto de investigação. O determinismo para uma ou uma a crença não obrigam ao pensamento calculado. Elas apenas sentem o que ouvem ou o que vêm, factos colaterais, e então decidem. Tomada de decisão fragilizada. Elas próprias a sós formam a totalidade do pensamento sobre o objecto da sua fé. Elas na sua essência opõem-se ao pensamento complexo e evoluído. O homem da e da crença quando pensa, nunca pensa complexamente na sua ou crença como objetos, uma vez que estas já lhe foram alcançadas. Foram determinadas pelos factos colaterais ao objeto de fé. Ou bem que acredita ou bem que não acredita. Ou bem que tem a sua fé ou bem que não tem a sua fé. Aquele que tem uma ou uma crença já não precisa de investigar mais sobre a sua ou a sua crença. Ele já determinou que as tem. Ele já as descobriu. Ele já não necessita mais nada delas como objeto. Elas são tudo para ele. Elas são a sua verdade suprema. Verdade alcançada. A e a crença são um simples sim ou não. Não têm a complexidade do cálculo nem do pensamento de investigação. São elementares. Simples mas não complexas. Vemos portanto que não existe meia-fé nem meia-crença. Ou se acredita ou não se acredita. Ou se tem ou não se tem . Aquele que tem pouca , é porque tem , e encontra-se no seu estágio da sabedoria de . Aquele que acredita pouco, é porque acredita, e encontra-se no seu estágio de sabedoria de crença. Aquele que tem muita , ainda está no estágio da , e aquele que acredita muito, ainda está no estágio da crença.

Como vimos, o homem que tem uma ou uma crença, por exemplo, na existência de Deus, deve saber que aquele outro que factualmente já viu Deus, que já o tacteou com as suas mãos, que já o ouviu com os seus ouvidos, que já o experimentou várias vezes, esse saberá sempre muito mais que o homem da e da crença. Também a esposa que suspeita de ser vitima de traição conjugal, saberá sempre muito mais quando vir com os seus olhos e experimentar com todos os seus sentidos a mesma traição, do que viver na crença e na fé de tal pressuposto, estágio menor de sabedoria. Ou vivemos na sabedoria sobre um objeto de análise, ou vivemos na história desse mesmo objecto de análise: factos colaterais. O homem que sabe está acima do homem que acredita. O homem que já usou todos os seus sentidos no objeto da sua ou crença, já não tem agora uma ou crença, mas a sabedoria. Já alcançou a sabedoria sobre o seu objeto de investigação. Evoluiu, portanto, no seu objeto de investigação. Evoluiu no seu estágio de sabedoria.

Portanto: e sabedoria, uma e outra são opostos. Crença e pensamento complexo, uma e outra são opostos. A e a crença quando colocados ao lado da sabedoria e do pensamento são apenas simplicidade e ignorância. O próprio ato de raciocinar, o pensamento, é a sabedoria em expressão. Mas toda a ou crença é o desvio do racional para o irracional. O desvio da sabedoria para a expectativa. Nenhuma expectativa é sabedoria. Nenhuma sabedoria é dúvida. A e a crença são força de mente estagnada. Já determinadas. Concentração mental estagnada. Não força de raciocínio e de cálculo. Não com a sigla maior da sabedoria. A e a crença não necessárias à investigação, elas próprias são o inicio essencial para uma investigação. E a investigação é o pensamento em ação. A sabedoria é a morte da dúvida. E supormos que a e a crença são estágios de sabedoria superiores aos factos e à razão, remete-nos para o estágio mais inferior dos três estágios de sabedoria que aqui é apresentado neste ensaio: o Estágio da Loucura e da Desordem.

Por designação pura e absoluta, sem sofrer fraudulências, a e a crença é exatamente um estágio de sabedoria isenta de factos e de razão. Isenta de ordem. Ela induz à desordem. À Procura. À investigação. Aquele que tem uma , que acredita em algo, efetua uma tomada de decisão baseada nos factos colaterais ao objeto da sua e crença, não nos factos objetivos da sua e crença, pois senão deixariam de ser e crença e passariam a ser factos e razão.

O adepto da e da crença decide acreditar porque se sente atraído pelo objeto da sua crença, precisamente porque o seu juízo, mais experiente ou menos experiente, considera que esse é o caminho a seguir. Fazem-no crer que é possível saber, que é possível alcançar a sabedoria, alcançar a experiência, sem usar todos os sentidos que possuímos. O adepto da e da crença decide acreditar não usando o seu raciocino, não necessitando da boa parte dele, usando apenas um leve cálculo que é este normalmente a procura do bem, ou a procura do caminho onde encontra mais vantagem. E assim a força que o move, a força que o leva a decidir acreditar e ter fé, é essencialmente o amor que sente pelo objeto da sua crença e . Todos fazemos o que amamos. Todos nos dirigimos para onde o nosso juízo determina. E o nosso juízo é a nossa total personalidade. O nosso “eu” intrínseco absoluto. O adepto da e da crença efetua uma tomada de decisão baseado num minúsculo cálculo racional: o que pretende para sua satisfação. Mas usa a grande parte da sua tomada de decisão no amor que sente pelo objeto da sua e crença. Usa, portanto, uma minúscula parte de raciocino e uma grande parte de emotividade. Essencialmente usa o seu pequeno juízo e o seu grande amor para decisão. Infelizmente para estes, que se encontram num estágio de sabedoria intermédio mas não o mais diminuído dos estágios, o seu comportamento nas tomadas de decisão, apesar de serem elevados no quotidiano, em questões unicamente religiosas, ele diminui-se para o estágio de sabedoria que mais se aproxima dos seres irracionais, que, por sua vez, não são irracionais de todo, mas essencialmente irracionais. Alguns escritores tendem a usar a expressão de “não-racional” para definir o “irracional” que aqui é mencionado, mas tal postura é apenas baseada num principio de delicadeza, com o objectivo do não-ofensivo, mas no entanto de informação obstruída.


Jorge Nogue, Mestria

 “o homem que tem uma fé ou uma crença, por exemplo, na existência de Deus, deve saber que aquele outro que factualmente já viu Deus, que já o tacteou com as suas mãos, que já o ouviu com os seus ouvidos, que já o experimentou várias vezes, esse saberá sempre muito mais que o homem da fé e da crença.”



Bíblia Sagrada, Romanos 13;12

“A noite é passada e o dia é chegado. Rejeitemos, pois, as obras das trevas, e vistamo-nos das armas da luz.”




O Estágio dos Factos e da Razão


Apesar de possuirmos cinco sentidos essenciais, ou múltiplos como nos afere a neurologia, possuímos no entanto um centro de controle de todos esses nossos sentidos. Um centro que nos permite tanto a entrada como a organização de tudo que captamos com os nossos sentidos: o nosso cérebro. Nada de novo cientificamente. Este centro é o nosso grande juíz-legislador, o nosso grande “eu”, o que sentencia com mais ou menos determinação tudo aquilo que se cruza com os nossos sentidos e que estes últimos absorvem. Tanto as imagens visuais, como auditivas, e todas as restantes sensações. E esta absorção dá-se apenas segundo padrões apenas nossos, padrões que são o resultado da nossa própria inteligência, legislação mental e autónoma que determina o que queremos captar e o que não queremos captar, ou até o que captamos com mais atenção ou com menor atenção. Captamos o que vemos ao abrigo da legislação do nosso grande juiz-legislador que organiza o conteúdo mental que absorvemos segundo os seus próprios padrões, segundo a sua própria sabedoria experimental. Resumidamente captamos o que queremos, autonomamente, apreendido na grande escola da vida. É a nossa sabedoria que capta o que contemos nas nossas mentes, nas nossas memórias. É a nossa sabedoria, expressão de inteligência, que capta com mais atenção ou menos atenção as múltiplas experiências vividas. Somos o nosso próprio juízo. Somos a nossa própria sabedoria.




Tem-se falado muito sobre “inteligência emocional” como uma forma de captarmos dados que nos são úteis para o exercício da nossa racionalidade e respectiva tomada de decisão. Vários pesquisadores de renome no campo da inteligência, salientam que os aspectos cognitivos como a memória e a resolução de problemas, não são os únicos a emergir da inteligência, adicionando-lhe também o lado emotivo, associando-o à inteligência. David Wechsler descreveu a influência dos factores não-intelectuais sobre o comportamento inteligente, e defendeu ainda que os nossos modelos de inteligência não estariam completos até que esses factores não pudessem ser adequadamente descritos. Salovey e Mayer definiram “inteligência emocional” como: “…a capacidade de perceber e exprimir a emoção, assimilá-la ao pensamento, compreender e raciocinar com ela, e saber regulá-la em si próprio e nos outros.”. A menos que a expressão “raciocinar com ela” seja meramente simbólica, deduziríamos que a intenção era afirmar que as nossas emoções possuem capacidade cognitiva isolada. Que ela pode raciocinar independente da mente. Ora, tal preceito é nos dias que correm amplamente desastroso, e por isso o mais recente nome na área de inteligência emocional veio rectificar o conceito até então existente, e defini-la da seguinte forma: “…capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos”. Agora rectificada a brutalidade de afirmar que os sentimentos possuem autonomamente capacidades cognitivas, ela passou agora a estar mais bem definida, sendo descrita como uma forma de podermos melhorar o nosso desempenho quotidiano, mas não é ela própria a essência, a origem, do nosso desempenho genérico. De facto a nossa emotividade parece ser determinante no nosso desempenho. Ela parece ser até crucial como os vários testes realizados confirmam. Mas o que importa aqui declarar é que a emotividade por si só não nos consegue ser útil. Ela não tem raciocino. Ela não tem juízo. Ela não calcula. Muito pelo contrário: Assim como o nosso consciente ou subconsciente dá ordem a um dos nossos braços para que ele se mova, assim a nossa emotividade é um efeito do nosso raciocino mais consciente ou menos consciente. Tentarei provar que a emotividade é um efeito proveniente do raciocino, e não uma causa originária, autoritária sobre o raciocino.




Esta “nova” inteligência é apenas uma análise superficial da verdadeira questão, uma vez que sem o nosso raciocino consciente ou subconsciente, não poderíamos usar os argumentos desta nova linha orientadora de “inteligência artificial”. Sem cérebro esta nova inteligência tornar-se-ia nula. Sem cérebro seriamos como pedras sem qualquer tipo e classificação de inteligência. Sem qualquer emoção orientadora. Daqui aferimos que para haver “inteligência emocional” temos que possuir capacidades racionais, possuir inteligência, sendo assim o nosso lado emotivo totalmente dependente do nosso lado racional. Ou melhor ainda: O nosso lado emotivo não é só dependente do nosso lado racional, ele é muito mais o efeito do nosso próprio lado racional e causal sobre uma das partes do nosso corpo, o coração, que se manifesta com os seus impulsos. Assim o titulo de “inteligência emocional” é em absoluto uma inteligência, que se exprime com impulsos do coração, tal e qual como quando, de forma consciente ou inconsciente, a nossa mente dá instruções ao nosso braço para ele se mover. O nosso lado emotivo é, de facto, uma manifestação do nosso lado racional mais consciente ou menos consciente. Ele é apenas um efeito e não a causa. E perante este argumento o que podemos deduzir que são as nossas emoções? De facto elas não são mais que uma manifestação do nosso lado racional consciente-inconsciente. Mas temos vivido longos séculos a separar a emoção da razão, travando lutas épicas sobre uma e outra, tem havido obscuridade sobre o assunto, quanto ele se torna hoje provado e esclarecido. Chegou a altura da ciência moderna anunciar que as nossas emoções não são mais que uma manifestação do nosso subconsciente.
Cremos muitas vezes sentir sem primeiro ter pensado. Mas tal dedução é errónea, pois se a nossa percentagem de pensamento ou raciocino fosse nula, seriamos como pedras que nada podem sentir. Assim temos a prova provada que, numa primeira instância, as emoções derivam do raciocino, mas no instância mais elevada, acabaremos por concluir que as emoções não são mais que uma reacção ao nosso raciocino muitas vezes inconsciente. Por ser inconsciente é que encontramos dificuldade em distingui-lo do raciocino. Mas de facto ele é um efeito do nosso raciocino causal. Aliás, todo o nosso comportamento humano, mesmo o facto de podermos estar vivos, deve-se exclusivamente ao nosso bom estado mental, pois doutra forma, teríamos o nosso certificado de óbito cerebral. Foram séculos e séculos numa árdua luta ideológica entre emoção e razão, manifestadas também como religião e ciência, mas que nos surgem agora neste nosso mundo actual mais evoluídas e provadas. Somos donos dos nossos sentimentos. Sentimos o que queremos sentir. É feliz aquele que quer ser feliz. Sofre perturbação aquele que quer sofrer a perturbação. É certo que muitas vezes a perturbação torna-se dominante, mas só assim acontece quando a nossa capacidade racional-consciente se subjuga à nossa capacidade racional-subconsciente. Quando deixamos o nosso intimo vencer sobre o nosso superficial. Mas o superficial, como nos é mais acessível, mais visível, podemos dominá-lo como queremos, já o subconsciente, mais escondido no intimo, oferece-nos mais resistência para o dominarmos. Mas a prova do argumento que afiro é facilmente encontrada quando, numa qualquer experiência de vida, verificamos que com a nossa força racional-consciente dominamos a nossa força racional-inconsciente. Quando queremos podemos! Quando sobrelevamos o intelecto à emoção vencemos esta última. Quando sobrelevamos o consciente ao inconsciente vencemos este último. E assim a espada da razão fere mortalmente e de forma definitiva a espada da emoção.
É necessário sabermos que tudo que não é perceptível é obscuro. É não claro. Tem a sua porção de trevas. Tudo que é obscuro é passível de ser engano. Só a claridade é a sabedoria! Só a claridade é a verdade! O que não pode ser provado pela totalidade dos sentidos é, à priori, uma tentativa de engano. E sendo sete os nossos sentidos, formando estes a nossa capacidade total de percepcionar, nossos sete músculos, devemos limpar as nossas ideias e evolui-las, e saber que aquele que vê e ouve, saberá sempre mais que aquele que em igualdade de proporção do referido sentido, só vê ou só ouve. Sabermos que aquele que apenas testemunha com um dos seus sete sentidos, tem um testemunho mais fraco que aquele que pode testemunhar com todos os seus sentidos. E todos reitero. Porque, interessa referir que mediante o objecto a ser analisado, há sentidos que sozinhos são mais fortes que os restantes seis sentidos, mas nunca mais forte que a totalidade dos sentidos. Todos os sete sentidos que possuímos são-nos úteis cada um para a função a que se destina, mas mediante o objecto a investigar, um dos sentidos pode ser mais determinante que outro. Sendo, todavia, o raciocínio, o mais ilustre de todos eles.
Interessa ainda referir que os Sentidos Externos são aqueles que percepcionam de fora para dentro, que enviam as suas mensagens para o raciocínio, e os Sentidos Internos actuam integralmente no interior do corpo, e que depois se transforma no comportamento do individuo. Interessa ainda referir que os Sentidos Externos carecem do raciocínio para os poder interpretar, sem o qual não existe ordem no exercício dos sentidos. Sem raciocínio não podemos saber o que estamos a ver, ou o que estamos a ouvir, ou o que estamos a saborear, etc.. Por outro lado, os impulsos do coração surgem como resposta do raciocínio. Os impulsos do coração são como um braço que se move por instrução do raciocínio. Perna que se move por instrução do raciocínio. Estes impulsos do coração não nascem autónomos como se fez crer desde os primórdios dos tempos, mas que a neurologia de hoje já provou que são os neurónios a provocar os referidos impulsos. Neurónios: centro de toda a actividade humana!
Portanto, os Sentidos Externos obtêm o objecto do seu sentido e o envia para o cérebro interpretar, por outro lado o impulso do coração é a manifestação sensível e ampliada do que o raciocínio vislumbrou, mais no seu estado consciente e menos nos seus estados subconscientes. E nenhum impulso do coração se consegue mover, manifestar, abrandar ou acelerar, caso esteja num estado totalmente insciente. O raciocínio é a central eléctrica de todos os restantes sentidos. O único que lhes dá luz! O único que lhes dá vida! E cabe ao raciocínio, e só ao raciocínio, a interpretação correcta ou incorrecta da função dos restantes sentidos. E a esta interpretação chama-mos de nível de sabedoria.
Portanto, a função única da visão é ver; mas ver sem compreender o que se vê. A função única da audição é ouvir; mas ouvir sem compreender o que se ouve. A função única do olfacto é cheirar; mas cheirar sem compreender o que se cheira. E assim é com todos os Sentidos Externos. Estes carecem do raciocínio para que o individuo compreenda com ordem a função dos seus sentidos e viver em serenidade com as suas percepções. Enquanto os Sentidos Externos podem funcionar com naturalidade sem o raciocínio, apesar de funcionarem mas não compreenderem o objecto do seu sentido, relativamente aos impulsos do coração dá-se exactamente o contrário, ou seja, os impulsos só surgem quando emitidos pelo raciocínio. Resta afirmar que o raciocínio é o único sentido que pode agir sozinho e alcançar a compreensão, o entendimento, a ordem, ou por outras palavras, a sabedoria. É custoso viver condignamente sem os Sentidos Externos, mas sem os Sentidos Internos torna-se multipenoso.
Todos os nossos sentidos são úteis para a investigação, sendo o raciocínio determinante como já vimos. Mas interessa ainda compreender o que são os factos. Muitos factos que temos conhecido parecem mudar conforme as circunstâncias. Quando mergulhamos uma vara na água, ficando metade da vara fora da água e a outra metade dentro da água, ficamos com a prova que a vara se dobra. E a nossa prova é séria. Assim podemos aferir. E de facto a nossa visão e raciocínio estão plenamente correctos. A vara está dobrada. Mas, lembro que apenas são dois sentidos que estamos a usar para a obtenção dum facto, sendo estes a visão e o raciocínio. Mas, quando experimentamos o mesmo objecto de investigação com os restantes sentidos, nomeadamente e neste caso, o tacto, logo vemos  que a vara nunca se dobrou, e que existe aqui um ilusão de óptica. Também a experimentação, ou seja, o aumento de experiência com a circunstância, verificamos novamente que a vara nunca esteve dobrada, mas sempre esteve recta. E depois voltamos a coloca-la parcialmente no interior da água, e voltamos a retirá-la, levando-nos assim à mais experiência, à mais sabedoria, ao maior conhecimento, ao alcance da verdade.
Portanto, os factos só se alcançam na plenitude quando usamos os nossos sete sentidos. Na ausência de um destes, os factos podem passar do seu carácter concreto para um carácter duvidoso. Não é no entanto dado adquirido que seis sentidos nos confiram mais prova que um sentido, pois dependendo do objecto a ser investigado se saberá qual a força de cada sentido na investigação, sendo o raciocínio o ilustre entre os sentidos, como já referido, o único que não pode deixar de estar convocado numa investigação. O único que nunca se pode ausentar sob pena de nos alienarmos da sabedoria, pois o raciocínio é o sentido da sabedoria. Ele próprio é a sabedoria. Da mesma forma que os olhos são a visão.
Assim, para sabermos a correcta definição de factos, é relevante frisar a experimentação. Porque, os factos que só se podem experimentar uma vez, perdem a sua força de factos. Perdem a força da sua luz. A sua força de verdade. Estes normalmente são factos ilusórios e são  normalmente provenientes da fraude. Quando alguém testemunha que viu um Óvni e não pode novamente dar a mesma prova, muito dificilmente estaremos perante uma verdade. Pode a fé de cada um declarar a sua crença, virtuosa fé na ausência dos factos, mas a sabedoria só a poderá ter aquele que testemunhou a presença do Óvni. Mas não o podendo testemunhar novamente, principalmente não o testemunhar com todos os seus sentidos, deixa de ter factos sérios, credíveis, e passa a ter meramente uma aparência de factos, mais indicada a ser uma fé que um facto.
Mas que nos seja por conclusão que os factos para serem factos têm que ser absolutos. Têm que ser testados e re-testados com todos os sentidos. Só assim aceitaremos os factos e a verdade que eles pressupõem. O sábio só assim agirá. O sábio é o que dúvida da fé. Não que a negue. Mas que lhe reconhece o lugar e o significado, não podendo ser iludido. Que nos seja por sabedoria que a mentira é uma força tremenda sobre a humanidade. A maior de todas as forças. Muitos de nós que vivemos na profunda verdade, se não alicerçados nos factos experimentados com todos os nossos sentidos como referido, mais não fazemos que viver na profunda mentira. No erro. Filhos duma intelectualidade menor. Apartados da sabedoria. Pois que a sabedoria está nos factos experimentados.
Como já referido, os impulsos do coração são o sentido mais falacioso que possuímos. Muitos ajuízam com o coração sem se aperceberem que estão a ajuizar com o coração. Esse impulso muitas vezes imperceptível influencia muito o raciocínio dos fracos de raciocínio. Dos que pouco instruíram o seu juízo. Mas assim como a mão ou o pé não podem alcançar sabedoria, uma vez que esta é o conteúdo do raciocínio e não dos membros do corpo, também o coração não pode alcançar sabedoria. A única mais valia que o coração possui no alcance da verdade e do desenvolvimento da sabedoria, assenta em ser um músculo de força do corpo humano. Músculo interior. Um músculo que nos empurra para a direcção que o nosso raciocínio determinou. O coração é apenas um músculo. Uma força. Um acelerador. Não a direcção. Não o volante do automóvel. Mas o acelerador.
Assim, determina-se os únicos Três Estágios da Sabedoria. O primeiro é o estágio da fé, da crença, da motivação, da não sabedoria. O segundo é o estágio dos factos, da razão, da lógica, da sabedoria. E o terceiro é o estágio da abominação, do fanatismo, da loucura, da cegueira.
Já aleguei sobre os dois primeiros estágios mas ainda não sobre o terceiro estágio. Este consiste no homem que faz vivência na abominação. Aquele que sustentou de tal forma a sua fé em seu espírito, que vislumbrando e apalpando, e experimentando vezes sem conta a prova de facto que sua fé é errónea, ainda assim continua com a sua fé errónea. Cego como os loucos. De má índole como os impios. Homem sem amor. Homem sem afecto à verdade. Oposição às divindades. Investigador sem amor ao amor.
Condenamos a loucura. Condenamos a maldade contra a verdade dos factos. Factos que já vimos serem o corpo aperfeiçoado do espírito e da carne, contra a fé que se caracteriza por ser apenas espírito. Respeitamos a fé que age dentro da sua acção. Apoiamos a fé quando age dentro da sua acção. Mas quando esta quer invadir fora da sua acção, ser mais do que crença sem que de facto o seja, querer-se passar por ser factos sem o ser, querer ser maior que os factos sem o ser, quando a fé foge da prova e dos factos que a atentam ao erro, aí já desprezamos o fanatismo que a fé muitas vezes invoca. Estágio da Loucura. Mas não somos loucos nem queremos ser. Queremos a luz!
Toda a fé, toda a crença duradoira, intensa, apaixonada, porque toda a fé intensa tem este vínculo com a paixão,  tem vindo a tornar-se mais forte no individuo que os próprios factos que este vislumbra e experimenta. Quando os factos deixam de ter carácter duvidoso e são experimentados vezes sem conta, repetitivamente, e atestam contra uma determinada fé, o louco, o abominável, o sarcástico, já se encontra de tal forma prisioneiro à sua fé, que já não conseguirá libertar-se dela. Expirará na ignorância.
Torna-se portanto necessário estarmos atentos. Ouvir a novidade e investigar-lhe as provas. Experimentá-la de todas as formas possíveis sempre no nosso Estágio dos Factos. Instruídos que a maior guerra do mundo, a mais persistente, a mais sangrenta, a que já causou mais mortos e mutilados, a que já levou mais humanos à riqueza e à miséria, mas também a mais entusiasmante para o espírito, para o que ama a sabedoria, esta será sempre a guerra da mentira contra a verdade. Da crença contra a prova. Da fé contra os factos. Da religiosidade contra a ciência. Da paixão contra o raciocínio. Do que não vemos com os olhos, contra o que vemos com os olhos. Temos que saber que a ciência é a verdade, e as religiosidades não provadas à luz dos factos, o índice da mentira. Que o raciocínio alcança a verdade, e as paixões o índice da mentira. Todo aquele que vive da crença, da história, do livro, da confiança não investigada, da confiança não fundamentada, duma certeza que nunca foi testada e re-testada pelos sete sentidos mas apenas pela determinação, sem a luz da prova de facto, quanto mais não tem que andar ao encontro da verdade!
Já foi referido que a fé, a crença, é um elemento útil apenas quando não temos a luz maior: A luz dos factos. Perante a afirmação “Eu tenho fé em Deus” que é uma sabedoria no seu Estágio da Fé e da Crença, aquele que perante a mesma afirmação se encontra no entanto no Estágio dos Factos e da Razão, é aquele que já viu, já tocou, já experimentou com todos os seus sentidos o mesmo Deus. Portanto, o seu estágio de sabedoria é superior.
Conhecidos agora os únicos Três Estágios da Sabedoria, resta o leitor questionar-se sobre todas as verdades que suporta sobre o seu raciocínio, em qual dos estágios elas se inserem.


Romanos 13;12
“A noite é passada e o dia é chegado. Rejeitemos, pois, as obras das trevas, e vistamo-nos das armas da luz.”





                                                                                                                                                                                                                                                                    
SAIBA AINDA QUE VÁRIOS MEMBROS DA IGREJA MÓRMON TÊM SIDO VÍTIMAS DUMA BURLA À ESCALA PLANETÁRIA.

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